domingo, 30 de outubro de 2011

nº 119 - Garante de Amizade


Trata-se de uma espécie de “contato Maçônico” que duas Potências Maçônicas trocam entre si.

Garante de Amizade é a expressão usada pela Maçonaria nos países sul americanos. No restante do mundo é chamado de “Grande Representante”.

Desse modo, quando duas Potencias Maçônicas se “reconhecem”, é regra que troquem Garantes de Amizade, destinados a garantir as suas relações. Seríamos, então, tentados a ver nesses últimos, algo como “embaixadores”. Não é isso!

As relações inter-potências maçônicas oficiais de Grandes Lojas (Grande Oriente) de países diferentes não comportam representações diplomáticas permanentes como as que existem entre os países, e a escolha dos garantes de Amizade cabe às suas Potencias de origem (Alec Mellor).

No Regulamento Geral da Federação (RGF – GOB), temos no artigo 167:

Art. 167 – O Garante de Amizade é o Representante da Potência Maçônica estrangeira junto ao Grande Oriente do Brasil, por este indicado, ou o Representante do Grande Oriente do Brasil junto à Potência Maçônica estrangeira, por esta indicado.

§ 1º – Para ser nomeado Garante de Amizade, por Potência Maçônica estrangeira, para representá-la junto ao Grande Oriente do Brasil o Maçom necessita, no mínimo, satisfazer os seguintes requisitos:

I – estar colado no grau de Mestre há mais de três anos;
II – conhecer a língua falada no país da Potência Maçônica estrangeira que pretende representar ou, pelo menos, inglês e espanhol;
III – ter capacidade financeira e disponibilidade de tempo para visitar a Potência Maçônica estrangeira.
IV – Estar em pleno gozo de seus direitos maçônicos perante o Grande Oriente do Brasil.

§ 2º – São atribuições do Garante de Amizade:

I – visitar a Potência pela qual foi nomeado pelo menos a cada dois anos;
II – manter correspondência epistolar com a Potência que representa, estimulando a troca de publicações, livros e outras informações;
III – estar presente nas solenidades de relevância que ocorram na Potência Maçônica estrangeira que representa;
IV – fazer relatório anual de suas atividades e encaminhá-lo ao Secretário-Geral de Relações Exteriores;
V – comparecer à Reunião Anual de Garantes de Amizade.

§ 3º – Aos Garantes de Amizade é facultado o uso de paramentos próprios.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 23 de outubro de 2011

nº 118 - Estandartes e Heráldica


Estandarte, segundo dicionário Aurélio, é definido como “bandeira de guerra” e por extensão somente “bandeira”.

Na Maçonaria é uma espécie de bandeira, retangular, com formato obedecendo a “Lei Aurea”, ou seja, com o comprimento 1,618 vezes maior que a altura, hasteada de modo que seu eixo maior (comprimento) fique na vertical.

Nele são colocados letreiros cujas palavras definem a Loja ou “Corpo Maçônico”, juntamente com o logotipo da mesma, seus brasões e símbolos (ver Pílula Maçônica nº 12).

Brasão é a insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre, conferidos, em regra por merecimento.  
É um “escudo de armas” e, por extensão, “divisa’, “emblema”.

No campo da Heráldica, é definido como conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos no campo do escudo ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, de um soberano, de uma família, de uma corporação, de uma cidade, etc.

Heráldica é a arte ou ciência dos brasões. É o conjunto dos emblemas do brasão.

No Brasil, até onde sei, só existe uma única obra maçônica sobre heráldica. É um excelente livro que denomina-se “Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito, do Grau 01 ao Grau 33”, sendo a parte pictográfica de autoria do nosso atual Sapientíssimo Irmão Claudio Roque Buono Ferreira, com pequenos textos descritivos de autoria do Mestre Castellani.

Esse livro, foi gentilmente doado à ABBM pelo Irmão Claudio e encontra-se disponível para todos os Obreiros, somente para consulta, na Biblioteca da mesma.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 16 de outubro de 2011

nº 117 - Instrumentos Maçônicos


Os instrumentos profissionais tais como o esquadro, compasso, maço, malhete, prumo, nível, etc, são usados como Símbolos pela Maçonaria com a finalidade de incluí-los em seus ensinamentos da moral e ética.

Obviamente, ela não arroga o direito de propriedade, invenção ou exclusividade de uso de tais utensílios/Símbolos.

Deve ficar claro, também, que tais instrumentos não tiveram seus nomes extraídos de textos bíblicos, como é suposto por muitos. Eles foram obtidos das corporações de construtores medievais, às quais damos hoje o nome de “Maçonaria Operativa”. São, portanto, instrumentos de construção e, independentemente, são citados em alguns textos bíblicos, realizados por escribas hebreus, em diversas épocas passadas. 

Mencionando, mais uma vez, Mestre Castellani, temos:

“Esquadro, Compasso, Malho, Régua, Nível, Trolha, etc, são instrumentos necessários aos projetos e construção de edificações. A Bíblia, por outro lado, só foi introduzida nos Trabalhos Maçônicos em 1740, por Thomas Payne, Grão Mestre da primeira Grande Loja fundada em 1717, em Londres.

A Maçonaria atual, conhecida como “Maçonaria Especulativa” incluiu tais instrumentos em seus ensinamentos para auxiliar seus obreiros a vivenciarem no dia-a-dia os símbolos adequados na doutrina justa e perfeita.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

nº 116 - O Templo de Salomão


A Maçonaria Especulativa, no seu inicio, adotou, por diversos motivos, algumas lendas e a simbologia do Velho Testamento, como é o caso da “Escada de Jacó”, a “Estrela de Davi” e o “Templo de Salomão” entre outras.

Desse modo, a Maçonaria, apesar de não ter origem hebraica, e sim, ser uma instituição pós-medieval, no decorrer do século XVIII absorveu símbolos, parábolas e relatos bíblicos.

Nós sabemos que o Templo de Jerusalém foi reconstruído por três vezes, sendo que a Maçonaria Simbólica, considera o primeiro, que foi erigido pelo Rei Salomão.

A Igreja Católica, ao fazer seus templos, tomou por base esse último templo citado. Ele foi, sem dúvidas, o arquétipo das igrejas, pela sua divisão e orientação.

No caso da Maçonaria, sabemos também que as suas reuniões eram feitas em tabernas ou nos adros das igrejas. O primeiro templo Maçônico foi erigido na Inglaterra, no ano de 1776, e tomou por base o que eles conheciam de mais comum, que era o Parlamento Inglês e as próprias igrejas católicas.

Conforme relato do Mestre Castellani, em Consultório Maçônico, Ed. Trolha, temos:

Só posteriormente é que iria surgir o conceito de que o Templo Maçônico teria tido o Templo de Salomão como arquétipo, quando na verdade isso ocorreu indiretamente, por tabela, através das igrejas.

Na esteira desse conceito é que surgiria a lenda de Hiram, essa, sim, maçônica, já que o fundidor de metais Hiram Abif, não foi o construtor do Templo de Jerusalém e nem foi morto como reza a lenda; ele apenas foi responsável pela fundição dos objetos metálicos, tais como colunas, candelabros, mar de bronze, etc.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 2 de outubro de 2011

nº 115 - Águia Bicéfala na Maçonaria


Antes que algum maçom venha supor que a “Águia Bicéfala” tenha sido definida e projetada como símbolo pela Maçonaria, vamos esclarecer algo sobre esse assunto, conforme relatado abaixo:

A águia, uma ave de rapina, pelas suas características físicas e temperamento, tornou-se um símbolo adotado pela humanidade, desde a mais alta antiguidade.

Os druidas a consideravam como emblema da Divindade Suprema. Era símbolo no Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É mencionada no Antigo Testamento e serviu de insígnia de guerra aos antigos romanos.

É símbolo no Ocultismo e na Cabalá.

Na Maçonaria, por estar aliada à força, a decisão, a superioridade e a inteligência, é tida como símbolo da grandeza, da sabedoria, da liberdade e do poder (N. Aslan).

A cabeça da Águia representava, nos primórdios, o poder de um Imperador sobre seu Império. Quando um Imperador tinha dois Impérios, seu poder era representado por uma águia de duas cabeças. Foi o caso do Imperador Romano que dividiu suas áreas dominadas em dois impérios: o Império do Ocidente e o Império do Oriente.

O Império do Ocidente, baseado em Carlos Magno e seus descendentes, foi chamado de “Santo Império Romano-Germânico” e o do Oriente, com a fundação de Constantinopla, foi chamado de Bizantino.

Outros impérios que igualmente se duplicaram, também usavam a “Águia Bicéfala” como símbolo ou emblema em seus brasões.

Na Maçonaria, essa “Águia Bicéfala” foi adotada no inicio da definição do Rito Escocês Antigo e Aceito, na França, possivelmente em 1758. O Corpo Maçônico que começou a desenvolver a base desse Rito, era chamado de “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente” e adotou a “Águia Bicéfala” como Símbolo e, assim, ela continua sendo usada no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Esse sistema “escocês”, conhecido como “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”, ou, também conhecido como “Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém” criou um Sistema de Altos Graus, num total de 25 graus.

Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram chamados de “Graus de Perfeição” e essa escala de 25 graus foi chamada de “Rito de Perfeição” ou “Rito de Héredom” foi levado para a América do Norte, onde se desenvolveu de modo totalmente desorganizado.

Conforme Mestre Castellani, temos: “Diante desse caos existente, um grupo de Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o “Supremo Conselho do Grau 33” que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother Council of the World”. “Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa “Ordo ab Chao”, o caos em que havia se transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador”.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017